A Destination Marketing Association International (Dmai), que substituiu a International Association Of Convention & Visitors Bureau é a organização que mais possui CVBx associados, sendo estes procedentes de todo o mundo. Esta renomeação se realiza a partir de 2002 (DMAI, 20131). Atualmente, estas instituições têm um universo de mais de 3.000 profissionais, provenientes de 600 destinos e mais de 20 países (DMAI, 2011). O DESENVOLVIMENTO DOS CVBX NO BRASIL A propagação do conceito dos CVBx no Brasil foi realizada por agentes turísticos brasileiros, pertencentes a iniciativa privada e atuantes no mercado internacional. Alguns deles participavam de eventos de entidades associativas que reuniam organizações de diferentes países, tais como International Congress and Convention and Association (ICCA). Eles trouxeram para os governantes e demais empresários locais, a sugestão de implantação de um CVB no Brasil. Nesse grupo de entusiastas dos bureaux, destaca Mayer Ambar – proprietário da Bel Air Viagens e sócio da ICCA – que, por sua vez, motivou a Carlos Eduardo Jardim, que atuou como diretor de marketing da Embratur (na época, Empresa Brasileira de Turismo, hoje Instituto Brasileiro de Turismo) no período de 1974 a 1979. Na Embratur, durante a gestão seguinte à que integrou Jardim, presidida por Miguel Colasuonno, o assunto CVBx voltou à tona. Com a posse de Francisco Havas na Coordenação do departamento encarregado da captação de congressos nacionais e internacionais, houve a necessidade de ordenar essa atividade (Schilling, 2013). Para impulsionar a criação do CVB em questão, optou-se pela contratação de uma consultoria. O modelo adotado pelo Rio Convention Bureau foi europeu. A diferença na concepção entre os norte-americanos e os europeus é retratada por Eduardo Graça Aranha, encarregado do Plano de Negócios do Convention Bureau do Rio de Janeiro. Assim, este consultor dirigiu-se a Europa. Primeiramente, a Inglaterra para conhecer o Convention de Londres que era citado como o grande paradigma do mercado mundial. Nele, realizava-se na época, um volume considerável de captação de eventos corporativos extremamente expressivos. A não inclusão dos EUA no roteiro - a grande fonte de marketing naquela época - foi entendida, por esta ter como modelo um foco maior a valorização dos visitantes nas localidades e principalmente fundada em grande parte na atração de pessoas físicas (turistas individuais). Os atores sociais do Rio de Janeiro buscavam a essência do Convention, ou seja, da captação dos eventos, o mercado de eventos, como os congressos e as convenções. A experiência europeia que seria muito mais própria no caso do que a dos Estados Unidos (Schilling, 2013). No entanto, apesar de toda a movimentação dos empresários da capital fluminense, foram os paulistanos que conseguiram fundar o primeiro CVB brasileiro. Nesse outro destino, a iniciativa também teve liderança do poder público, representada por João Dória Junior, presidente da Companhia Paulista de Turismo S.A (Paulistur) – órgão oficial de turismo da cidade de São Paulo – entre 1983 e 1986. Rui Carvalho (2013) também comenta a visão de Aristides Cury sobre esse início dos CVBx. [...] a ideia de montar um CVB no Rio de Janeiro teria surgido de conversas entre a diretoria da Varig, interessada em aumentar a ocupação de seus voos internacionais, com clientes de eventos e a Presidência da Embratur, que já vinha estudando essas entidades no exterior. Na época, ambas as empresas tinham sede no Rio de Janeiro. Reuniram-se os recursos necessários e a estruturação do projeto teve início. Entretanto, o presidente da Embratur nesse período (1980 – 1985) era Miguel Colasuonno, ex-prefeito de São Paulo, que teria comentado seus planos com alguns empresários paulistas, antes mesmo que o Rio tivesse tempo de viabilizar o seu convention.[...] Assim, embora no Rio a entidade já funcionasse de maneira informal [...] o seu estatuto só foi registrado em junho de 1984, abrindo-se a brecha para que o CVB paulista saísse na frente, consumando o registro em novembro de 1983. Tornou-se assim, oficialmente e por direito, o primeiro CVB brasileiro (p. 63) A fundação do São Paulo Convention & Visitors Bureau ocorreu em 1983. Esta entidade utiliza como modelo o CVB de Chicago, onde Ana Maria Marcondes Ferraz, grande colaboradora desse processo, mantinha contato constante por ocasião da elaboração de sua tese. No ano seguinte, foi fundado o CVB do Rio de Janeiro. O pioneirismo continental deflagrado pelos empresários paulistas e fluminenses fez com que houvesse uma multiplicação de CVBx no território nacional nos anos seguintes. Rui Carvalho (2013) registra a fundação dos seguintes CVBx na sequência daqueles dois primeiros, de acordo com a data de registro de seus estatutos sociais: Blumenau (1992), Teresópolis (1994), Brasília e Fortaleza (1996, nessa ordem), Salvador (1996), Joinville, Cabo Frio, Florianópolis, Petrópolis, Porto Alegre, Florianópolis, Maceió e Belo Horizonte (1997, na sequência cronológica). O direcionamento das atividades desses primeiros CVBx brasileiros para o segmento de negócios e eventos, amparou-se na maior rentabilidade proporcionada pelos turistas profissionais sobre aqueles motivados pelo lazer, tal como comenta Schilling (2013): A certeza de que o retorno financeiro obtido com Convention, era muito maior do que com o Visitors, foi intensamente reforçada por Gérard Bourgesaieu e apoiada em um estudo fornecido pelo Convention Bureau de Londres, que mostrava a média diária de gasto de uma pessoa participando de convenções em Paris ou Londres e outra pessoa fazendo turismo por conta própria. A diferença era enorme. O fluxo de caixa gerado pela primeira era bem superior ao da segunda (pp.45-46) Então, tal como os primeiros bureaux norte-americanos e os bureaux europeus, os brasileiros também passaram a dedicar-se prioritariamente à prospecção de eventos profissionais. Essa situação persiste até os dias atuais. Situação observada quando 67% dos representantes dos CVBx declararam no Censo Brasileiro de CVBx de 2011 que identificaram como foco de trabalho principal o Convention (os eventos) em detrimento de visitors (posicionamento com a visitação da localidade por turistas individuais), com apenas 33% das menções (CBCVB, 2012). Assim, inclusive profissionaliza a entidade, especificando-as, mas diminuindo seu papel no turismo geral. No final dos anos 1990, os dirigentes dos primeiros CVBx brasileiros uniram-se em um fórum, denominado Fórum Brasileiro de CVBx (FBC&VB). O mesmo, tratava-se de uma organização informalmente constituída, com reuniões esporádicas, agendadas preferencialmente durante as feiras de turismo do calendário nacional, às quais os representantes dos CVBx integrantes do Fórum compareciam. Em 1999 esta organização foi formalizada. No seu estatuto social, destacam-se vários objetivos, dentre os quais: discutir problemas comuns enfrentados na implantação e operacionalização das ações dos bureaux; defender seus interesses; possuir maior representatividade política (FBCVB, 1998). Carvalho (2013) comenta esse período da história dos CVBx brasileiros. A história dos CVBx no Brasil, entretanto, pode ser dividida em dois momentos muito distintos: antes e depois de 1998. [...] [quando se registrou um crescimento exponencial do número de CVBx na história, verificado a partir daquele ano,[que] não tem paralelo na história. Senão vejamos: não é impressionante que até 1998 o Brasil contasse com apenas catorze CVBx, e que nos dez anos seguintes esse número tivesse superado a marca dos 100? Um aumento de 650% numa década? Algo estava mudando no cenário do turismo brasileiro, e era algo tão importante quanto irreversível,: o turismo, embora insipiente, começava a deixar as colunas sociais para ocupar os cadernos de economia dos principais veículos da mídia (p. 65). No ano de 2003 há registros da existência de 23 CVBx brasileiros (CBCVB, 2010), mas verificase um novo crescimento desse perfil de entidades no Brasil a partir desse ano. Isso porque, com a criação do Ministério do Turismo, houve um reposicionamento da missão e dos objetivos da Embratur, que então passou a ser encarregada unicamente da promoção do Brasil no exterior. Desta maneira, o Instituto Brasileiro do Turismo (Embratur) passa a ser uma autarquia especial do Ministério do Turismo: [...] responsável pela execução da Política Nacional de Turismo no que diz respeito à promoção, marketing e apoio à comercialização dos destinos, serviços e produtos turísticos brasileiros no mercado internacional.[...]. Teve sua atribuição direcionada exclusivamente para a promoção internacional a partir de 2003, com a criação do Ministério do Turismo (Brasil, 2012). Entretanto, o novo foco da Embratur foi acompanhado de uma reestruturação em suas diretorias e coordenações gerais. O seu organograma passou então a incluir uma Diretoria de Turismo de Negócios e Eventos e uma Diretoria de Lazer e Incentivos, focadas na prospecção de turistas profissionais e de lazer, respectivamente, com estratégias e parceiros diferenciados (Embratur, 2006). Carvalho (2013) cita quais os diretores de CVBx que foram então deslocados para a autarquia: como presidente foi empossado Eduardo Sanovicz - outrora diretor executivo do São Paulo Convention & Visitors Bureau - na Diretoria de Negócios e Eventos e na Diretoria de Lazer e Incentivo, duas outras executivas de CVBx foram chamadas: Jeanine Pires - ex diretora executiva do Recife Convention & Visitors Bureau - e Vera Sanches - superintendente do Brasília Convention & Visitors Bureau - respectivamente. O autor destaca ainda executivos de outros CVBx (Florianópolis, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre) que passaram a ocupar postos menores na hierarquia do órgão e no Ministério do Turismo e agrega: Na composição de sua equipe, Sanovicz acabou por desfalcar alguns convention, mas também deixou clara qual era sua intenção. A partir daquele momento, a Embratur passou a estabelecer uma sinergia inédita com a FBCVB, sinergia essa que possibilitou a convergência de ideias e projetos para ajudar a promover o turismo brasileiro em bases mais racionais e com o respaldo que a enorme representatividade de uma entidade como a Federação de CVBx permitia. (Carvalho, 2013, p.76). Ainda em 2003, o Fórum Brasileiro de CVBx se converteu em Federação Brasileira de Convention & Visitors Bureau (FBCVB), organização então constituída formalmente por “entidades denominadas Convention & Visitors Bureau instaladas no território nacional” (CBCVB, 2010). Assim, com vários profissionais oriundos de CVBx na condução das estratégias promocionais da Embratur, e com a conversão do antigo fórum em Federação, pôde-se concretizar uma efetiva aliança entre as duas organizações. A FBCVB passou a celebrar com o governo federal vários convênios focados na promoção do país no exterior (CBCVB, 2013a). A entidade ganhou também grande projeção no cenário nacional, integrando inclusive o Conselho Nacional de Turismo, órgão consultivo do então recém-criado Ministério do Turismo (Brasil, 2013). De 2005 para 2006 a rede brasileira de CVBx (A Confederação Brasileira de CVBx considera Rede Brasileira todos os CVBx legalmente constituídos existentes no cenário nacional, sejam eles seus associados ou não. (CBCVB, 2013) registrou um crescimento em torno de 60%, chegando nesse último ano a reunir 70 organizações, segundo o Censo Brasil CVBx de 2009 (CBCVB, 2010). No entanto, para que a Federação adquirisse maior representatividade no cenário nacional houve um estímulo por parte de seus dirigentes à formação de novos CVBx, em todas as regiões brasileiras. Isso porque, havendo mais de dois representantes em um estado, poderiam ser formadas federações estaduais e a entidade brasileira poderia converterse em confederação. Por conta dessa motivação, verificou-se uma verdadeira multiplicação de CVBx, encerrando o ano de 2007 com 105 entidades fundadas e instaladas na maioria dos estados do Brasil, apontando um crescimento de 50% em apenas um ano segundo mostrado no mesmo estudo (CBCVB, 2010). Situação semelhante a esse desenfreado movimento de fundação de CVBx pode ser observada em outros países. Elda Cerda, ex-diretora executiva do México Convention Bureau relata o movimento ocorrido no México entre 1995-2005. A referida autora aponta também os problemas advindos com esse crescimento. Aproximadamente 40 CVBs foram criados no México nos últimos dez anos. Entretanto, apesar do crescimento, alguns deles não tem um foco claro de sua missão, ou seja, se seus esforços devem ser direcionados para promover o destino em geral, ou se eles devem focar no turismo de lazer ou ainda no turismo de negócios. Parece que criar e iniciar atividades de um CVB é como replicar estratégias comerciais, sem uma análise profunda e profissional dos “porquês” e “para quês” da sua existência, considerando as características do destino: atrações, infraestrutura e serviços, hotéis, transportes, restaurantes e locais para eventos. Os dois objetivos que são realmente claros para os CVBs são a geração de pernoites e o desenvolvimento econômico do destino (Cerda, 2005, pp. 263-264, tradução nossa). Mas a estratégia de aumento de representatividade estimulada pela FBCVB obteve resultados satisfatórios, segundo seus dirigentes. Os CVBx proliferaram-se pelo país e os que já tinham um número expressivo de pares no estado passaram a organizar-se em Federações Estaduais (CBCVB, 2010). Em 2005, existia a base necessária - oito federações estaduais - para que a então Federação Brasileira, pudesse ser convertida em Confederação Brasileira de Convention & Visitors Bureaux (CBCVB), “constituída exclusivamente por entidades que atuem como Federações de Convention & Visitors Bureaux de âmbito nacional ou estadual” (CBCVB, 2012). Importante ressaltar que a CBCVB possui finalidades institucionais. Assim, não é sua atribuição a promoção do país ou das localidades das federações associadas como destinos ideais para turismo profissional. A entidade tem na missão: a representação, gestão e fortalecimento de redes de CVBx. O seu negócio principal – segundo a entidade divulga em seu website – está centrado na representação das “Federações Estaduais de CVBx, promovendo e apoiando ações que visem o fortalecimento e o alinhamento estratégico da rede brasileira de CVBx” (CBVB, 2012). Não há muitos dados quantitativos ou qualitativos exatos sobre os CVBx brasileiros em atuação efetiva no mercado. Muito embora o website da CBCVB registrasse 95 CVBx no Brasil em 29 de fevereiro de 2012, em virtude de a adesão a essa organização ser voluntária (CBVB, 2012), há CVBx formalmente registrados que não são associados. O exemplo mais significativo desse cenário é o do São Paulo CVB (SPCVB) que não faz parte da mesma (CBCVB, 2012). Há, ainda, casos de CVBx formalmente registrados e que aparentemente não possuem sedes ou equipe de trabalho. Isso porque, o Governador Valadares CVB, Campos das Vertentes CVB, embora constassem no referido website, em 21 de junho de 2013 apresentavam como contato e-mails pessoais de seus dirigentes (CBCVB, 2013). CONSIDERAÇÕES FINAIS A análise dos vários aspectos relativos aos bureaux realizada neste ensaio permite que identifique-se um modelo de organização, que apesar de não ter uma conceituação única possui várias características comuns. As variações derivadas das adaptações às realidades locais são necessárias, por serem entidades complexas e que abrangem várias áreas de atividade. No entanto, ao adotarem uma nomenclatura similar ou até idêntica, ainda que traduzida para diferentes idiomas – Convention & Visitors Bureau, Buró de Convenciones ou Oficina de Congressos – os CVBx transmitem ao mercado uma mensagem de pertencimento a um mesmo grupo. Dessa forma, pode até ser confundido com uma franquia, um modelo de negócio que envolve licenças de direitos de uso de marca e distribuição de produtos ou serviços idênticos com ou sem exclusividade (BRASIL, 2013a). Poderá ser através da expectativa de que essas entidades sejam uma franquia que os compradores de destinos, os consumidores dos serviços e estruturas turísticas recorrerão ao CVB. Soma-se a isso, a ampla lista de atores que compõem o seu público-alvo, e que possuem necessidades e desejos específicos. Mas o universo dos CVBx é mais informal. A CBCVB registrou em 2007 a marca Convention & Visitors Bureau para uso no território nacional – obrigando a todos que desejem utilizá-la a submissão de um processo de autorização. Só que, à época, mais de 100 CVBx já haviam sido legalmente constituídos e não havia quaisquer licenças nem direitos de uso de marca envolvidos. Qualquer destino, podia a qualquer momento criar um CVB, desde que houvesse uma iniciativa privada organizada, principalmente uma hotelaria consistente que permitisse a arrecadação da room tax facultativa, principal forma de viabilização dos CVBX. A legislação para a abertura de CVB deve seguir o ordenamento jurídico brasileiro segundo a sua forma, ou seja, caso este seja uma Fundação há uma legislação específica, o mesmo ocorrendo para Instituto ou OSCIP. O que difere basicamente é o controle da entidade, uns pelo Conselho Fiscal da mesma e a OSCIP tem a participação do Ministério Público na prestação de contas. Quanto a utilização da marca nada há de legislação que a vincule a CBC&VB e deve obedecer às normas do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual – INPI. Mas não há regras ou normativas que definam quais os serviços a serem prestados, ou algum processo de aferição da qualidade dos mesmos. Por esse motivo, os serviços disponibilizados podem ser bem variados (Moreira, 2013 ). Só que, à época, desse registro, mais de 100 CVBx já haviam sido legalmente constituídos e não havia quaisquer licenças, nem direitos de uso de marca envolvidos (FBCVB, 2008). Além disso, como comentado pelo próprio ex-presidente, ele não envolve normativas, e padrões de serviços. Por esse motivo, os serviços disponibilizados podem ser bem variados. Ora, podendo então ser tão diversificados, e ostentando o mesmo nome, traz-se então, a reflexão sobre a necessidade de criarem-se diferenciações entre os bureaux brasileiros e as suas respectivas capacidades de atendimento da demanda. Seria oportuno pensar-se em classificá-los por quantidade e qualidade de serviços ofertados ou por categorizá-los por nível de desenvolvimento? Não seria fundamental estabelecer parâmetros mínimos, uma normatização para o enquadramento dessas entidades como efetivos bureaux? Ou ainda, definir condições básicas para sua fundação? Trata-se de uma reflexão necessária com vistas ao melhor entendimento do mercado sobre o perfil e o futuro dessas organizações, o que ainda deve ser melhor explorado, tanto pelo mercado como pelos estudos acadêmicos. Créditos: Vaniza de Lima Schuler , Pedro de Alcântara Bittencourt César REFERENCIAS -ALACVB. Associación Latinoamericana de Convention & Visitors Bureaux. (2013). Quien somos. Recuperado em 20 de fevereiro de 2013, de Http://www.LaCvbs.Com/Es/Latinoamerica/Nuestros-Destinos/. Barcelona Turisme. Convention Bureau. 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Conventions & Visitors Bureaux e sua Formação no Brasil - PARTE II
Publicado por Marco Navega em
8 de novembro de 2015
A Destination Marketing Association International (Dmai), que substituiu a International Association Of Convention & Visitors Bureau é a organização que mais possui CVBx associados, sendo estes procedentes de todo o mundo. Esta renomeação se realiza a partir de 2002 (DMAI, 20131). Atualmente, estas instituições têm um universo de mais de 3.000 profissionais, provenientes de 600 destinos e mais de 20 países (DMAI, 2011). O DESENVOLVIMENTO DOS CVBX NO BRASIL A propagação do conceito dos CVBx no Brasil foi realizada por agentes turísticos brasileiros, pertencentes a iniciativa privada e atuantes no mercado internacional. Alguns deles participavam de eventos de entidades associativas que reuniam organizações de diferentes países, tais como International Congress and Convention and Association (ICCA). Eles trouxeram para os governantes e demais empresários locais, a sugestão de implantação de um CVB no Brasil. Nesse grupo de entusiastas dos bureaux, destaca Mayer Ambar – proprietário da Bel Air Viagens e sócio da ICCA – que, por sua vez, motivou a Carlos Eduardo Jardim, que atuou como diretor de marketing da Embratur (na época, Empresa Brasileira de Turismo, hoje Instituto Brasileiro de Turismo) no período de 1974 a 1979. Na Embratur, durante a gestão seguinte à que integrou Jardim, presidida por Miguel Colasuonno, o assunto CVBx voltou à tona. Com a posse de Francisco Havas na Coordenação do departamento encarregado da captação de congressos nacionais e internacionais, houve a necessidade de ordenar essa atividade (Schilling, 2013). Para impulsionar a criação do CVB em questão, optou-se pela contratação de uma consultoria. O modelo adotado pelo Rio Convention Bureau foi europeu. A diferença na concepção entre os norte-americanos e os europeus é retratada por Eduardo Graça Aranha, encarregado do Plano de Negócios do Convention Bureau do Rio de Janeiro. Assim, este consultor dirigiu-se a Europa. Primeiramente, a Inglaterra para conhecer o Convention de Londres que era citado como o grande paradigma do mercado mundial. Nele, realizava-se na época, um volume considerável de captação de eventos corporativos extremamente expressivos. A não inclusão dos EUA no roteiro - a grande fonte de marketing naquela época - foi entendida, por esta ter como modelo um foco maior a valorização dos visitantes nas localidades e principalmente fundada em grande parte na atração de pessoas físicas (turistas individuais). Os atores sociais do Rio de Janeiro buscavam a essência do Convention, ou seja, da captação dos eventos, o mercado de eventos, como os congressos e as convenções. A experiência europeia que seria muito mais própria no caso do que a dos Estados Unidos (Schilling, 2013). No entanto, apesar de toda a movimentação dos empresários da capital fluminense, foram os paulistanos que conseguiram fundar o primeiro CVB brasileiro. Nesse outro destino, a iniciativa também teve liderança do poder público, representada por João Dória Junior, presidente da Companhia Paulista de Turismo S.A (Paulistur) – órgão oficial de turismo da cidade de São Paulo – entre 1983 e 1986. Rui Carvalho (2013) também comenta a visão de Aristides Cury sobre esse início dos CVBx. [...] a ideia de montar um CVB no Rio de Janeiro teria surgido de conversas entre a diretoria da Varig, interessada em aumentar a ocupação de seus voos internacionais, com clientes de eventos e a Presidência da Embratur, que já vinha estudando essas entidades no exterior. Na época, ambas as empresas tinham sede no Rio de Janeiro. Reuniram-se os recursos necessários e a estruturação do projeto teve início. Entretanto, o presidente da Embratur nesse período (1980 – 1985) era Miguel Colasuonno, ex-prefeito de São Paulo, que teria comentado seus planos com alguns empresários paulistas, antes mesmo que o Rio tivesse tempo de viabilizar o seu convention.[...] Assim, embora no Rio a entidade já funcionasse de maneira informal [...] o seu estatuto só foi registrado em junho de 1984, abrindo-se a brecha para que o CVB paulista saísse na frente, consumando o registro em novembro de 1983. Tornou-se assim, oficialmente e por direito, o primeiro CVB brasileiro (p. 63) A fundação do São Paulo Convention & Visitors Bureau ocorreu em 1983. Esta entidade utiliza como modelo o CVB de Chicago, onde Ana Maria Marcondes Ferraz, grande colaboradora desse processo, mantinha contato constante por ocasião da elaboração de sua tese. No ano seguinte, foi fundado o CVB do Rio de Janeiro. O pioneirismo continental deflagrado pelos empresários paulistas e fluminenses fez com que houvesse uma multiplicação de CVBx no território nacional nos anos seguintes. Rui Carvalho (2013) registra a fundação dos seguintes CVBx na sequência daqueles dois primeiros, de acordo com a data de registro de seus estatutos sociais: Blumenau (1992), Teresópolis (1994), Brasília e Fortaleza (1996, nessa ordem), Salvador (1996), Joinville, Cabo Frio, Florianópolis, Petrópolis, Porto Alegre, Florianópolis, Maceió e Belo Horizonte (1997, na sequência cronológica). O direcionamento das atividades desses primeiros CVBx brasileiros para o segmento de negócios e eventos, amparou-se na maior rentabilidade proporcionada pelos turistas profissionais sobre aqueles motivados pelo lazer, tal como comenta Schilling (2013): A certeza de que o retorno financeiro obtido com Convention, era muito maior do que com o Visitors, foi intensamente reforçada por Gérard Bourgesaieu e apoiada em um estudo fornecido pelo Convention Bureau de Londres, que mostrava a média diária de gasto de uma pessoa participando de convenções em Paris ou Londres e outra pessoa fazendo turismo por conta própria. A diferença era enorme. O fluxo de caixa gerado pela primeira era bem superior ao da segunda (pp.45-46) Então, tal como os primeiros bureaux norte-americanos e os bureaux europeus, os brasileiros também passaram a dedicar-se prioritariamente à prospecção de eventos profissionais. Essa situação persiste até os dias atuais. Situação observada quando 67% dos representantes dos CVBx declararam no Censo Brasileiro de CVBx de 2011 que identificaram como foco de trabalho principal o Convention (os eventos) em detrimento de visitors (posicionamento com a visitação da localidade por turistas individuais), com apenas 33% das menções (CBCVB, 2012). Assim, inclusive profissionaliza a entidade, especificando-as, mas diminuindo seu papel no turismo geral. No final dos anos 1990, os dirigentes dos primeiros CVBx brasileiros uniram-se em um fórum, denominado Fórum Brasileiro de CVBx (FBC&VB). O mesmo, tratava-se de uma organização informalmente constituída, com reuniões esporádicas, agendadas preferencialmente durante as feiras de turismo do calendário nacional, às quais os representantes dos CVBx integrantes do Fórum compareciam. Em 1999 esta organização foi formalizada. No seu estatuto social, destacam-se vários objetivos, dentre os quais: discutir problemas comuns enfrentados na implantação e operacionalização das ações dos bureaux; defender seus interesses; possuir maior representatividade política (FBCVB, 1998). Carvalho (2013) comenta esse período da história dos CVBx brasileiros. A história dos CVBx no Brasil, entretanto, pode ser dividida em dois momentos muito distintos: antes e depois de 1998. [...] [quando se registrou um crescimento exponencial do número de CVBx na história, verificado a partir daquele ano,[que] não tem paralelo na história. Senão vejamos: não é impressionante que até 1998 o Brasil contasse com apenas catorze CVBx, e que nos dez anos seguintes esse número tivesse superado a marca dos 100? Um aumento de 650% numa década? Algo estava mudando no cenário do turismo brasileiro, e era algo tão importante quanto irreversível,: o turismo, embora insipiente, começava a deixar as colunas sociais para ocupar os cadernos de economia dos principais veículos da mídia (p. 65). No ano de 2003 há registros da existência de 23 CVBx brasileiros (CBCVB, 2010), mas verificase um novo crescimento desse perfil de entidades no Brasil a partir desse ano. Isso porque, com a criação do Ministério do Turismo, houve um reposicionamento da missão e dos objetivos da Embratur, que então passou a ser encarregada unicamente da promoção do Brasil no exterior. Desta maneira, o Instituto Brasileiro do Turismo (Embratur) passa a ser uma autarquia especial do Ministério do Turismo: [...] responsável pela execução da Política Nacional de Turismo no que diz respeito à promoção, marketing e apoio à comercialização dos destinos, serviços e produtos turísticos brasileiros no mercado internacional.[...]. Teve sua atribuição direcionada exclusivamente para a promoção internacional a partir de 2003, com a criação do Ministério do Turismo (Brasil, 2012). Entretanto, o novo foco da Embratur foi acompanhado de uma reestruturação em suas diretorias e coordenações gerais. O seu organograma passou então a incluir uma Diretoria de Turismo de Negócios e Eventos e uma Diretoria de Lazer e Incentivos, focadas na prospecção de turistas profissionais e de lazer, respectivamente, com estratégias e parceiros diferenciados (Embratur, 2006). Carvalho (2013) cita quais os diretores de CVBx que foram então deslocados para a autarquia: como presidente foi empossado Eduardo Sanovicz - outrora diretor executivo do São Paulo Convention & Visitors Bureau - na Diretoria de Negócios e Eventos e na Diretoria de Lazer e Incentivo, duas outras executivas de CVBx foram chamadas: Jeanine Pires - ex diretora executiva do Recife Convention & Visitors Bureau - e Vera Sanches - superintendente do Brasília Convention & Visitors Bureau - respectivamente. O autor destaca ainda executivos de outros CVBx (Florianópolis, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre) que passaram a ocupar postos menores na hierarquia do órgão e no Ministério do Turismo e agrega: Na composição de sua equipe, Sanovicz acabou por desfalcar alguns convention, mas também deixou clara qual era sua intenção. A partir daquele momento, a Embratur passou a estabelecer uma sinergia inédita com a FBCVB, sinergia essa que possibilitou a convergência de ideias e projetos para ajudar a promover o turismo brasileiro em bases mais racionais e com o respaldo que a enorme representatividade de uma entidade como a Federação de CVBx permitia. (Carvalho, 2013, p.76). Ainda em 2003, o Fórum Brasileiro de CVBx se converteu em Federação Brasileira de Convention & Visitors Bureau (FBCVB), organização então constituída formalmente por “entidades denominadas Convention & Visitors Bureau instaladas no território nacional” (CBCVB, 2010). Assim, com vários profissionais oriundos de CVBx na condução das estratégias promocionais da Embratur, e com a conversão do antigo fórum em Federação, pôde-se concretizar uma efetiva aliança entre as duas organizações. A FBCVB passou a celebrar com o governo federal vários convênios focados na promoção do país no exterior (CBCVB, 2013a). A entidade ganhou também grande projeção no cenário nacional, integrando inclusive o Conselho Nacional de Turismo, órgão consultivo do então recém-criado Ministério do Turismo (Brasil, 2013). De 2005 para 2006 a rede brasileira de CVBx (A Confederação Brasileira de CVBx considera Rede Brasileira todos os CVBx legalmente constituídos existentes no cenário nacional, sejam eles seus associados ou não. (CBCVB, 2013) registrou um crescimento em torno de 60%, chegando nesse último ano a reunir 70 organizações, segundo o Censo Brasil CVBx de 2009 (CBCVB, 2010). No entanto, para que a Federação adquirisse maior representatividade no cenário nacional houve um estímulo por parte de seus dirigentes à formação de novos CVBx, em todas as regiões brasileiras. Isso porque, havendo mais de dois representantes em um estado, poderiam ser formadas federações estaduais e a entidade brasileira poderia converterse em confederação. Por conta dessa motivação, verificou-se uma verdadeira multiplicação de CVBx, encerrando o ano de 2007 com 105 entidades fundadas e instaladas na maioria dos estados do Brasil, apontando um crescimento de 50% em apenas um ano segundo mostrado no mesmo estudo (CBCVB, 2010). Situação semelhante a esse desenfreado movimento de fundação de CVBx pode ser observada em outros países. Elda Cerda, ex-diretora executiva do México Convention Bureau relata o movimento ocorrido no México entre 1995-2005. A referida autora aponta também os problemas advindos com esse crescimento. Aproximadamente 40 CVBs foram criados no México nos últimos dez anos. Entretanto, apesar do crescimento, alguns deles não tem um foco claro de sua missão, ou seja, se seus esforços devem ser direcionados para promover o destino em geral, ou se eles devem focar no turismo de lazer ou ainda no turismo de negócios. Parece que criar e iniciar atividades de um CVB é como replicar estratégias comerciais, sem uma análise profunda e profissional dos “porquês” e “para quês” da sua existência, considerando as características do destino: atrações, infraestrutura e serviços, hotéis, transportes, restaurantes e locais para eventos. Os dois objetivos que são realmente claros para os CVBs são a geração de pernoites e o desenvolvimento econômico do destino (Cerda, 2005, pp. 263-264, tradução nossa). Mas a estratégia de aumento de representatividade estimulada pela FBCVB obteve resultados satisfatórios, segundo seus dirigentes. Os CVBx proliferaram-se pelo país e os que já tinham um número expressivo de pares no estado passaram a organizar-se em Federações Estaduais (CBCVB, 2010). Em 2005, existia a base necessária - oito federações estaduais - para que a então Federação Brasileira, pudesse ser convertida em Confederação Brasileira de Convention & Visitors Bureaux (CBCVB), “constituída exclusivamente por entidades que atuem como Federações de Convention & Visitors Bureaux de âmbito nacional ou estadual” (CBCVB, 2012). Importante ressaltar que a CBCVB possui finalidades institucionais. Assim, não é sua atribuição a promoção do país ou das localidades das federações associadas como destinos ideais para turismo profissional. A entidade tem na missão: a representação, gestão e fortalecimento de redes de CVBx. O seu negócio principal – segundo a entidade divulga em seu website – está centrado na representação das “Federações Estaduais de CVBx, promovendo e apoiando ações que visem o fortalecimento e o alinhamento estratégico da rede brasileira de CVBx” (CBVB, 2012). Não há muitos dados quantitativos ou qualitativos exatos sobre os CVBx brasileiros em atuação efetiva no mercado. Muito embora o website da CBCVB registrasse 95 CVBx no Brasil em 29 de fevereiro de 2012, em virtude de a adesão a essa organização ser voluntária (CBVB, 2012), há CVBx formalmente registrados que não são associados. O exemplo mais significativo desse cenário é o do São Paulo CVB (SPCVB) que não faz parte da mesma (CBCVB, 2012). Há, ainda, casos de CVBx formalmente registrados e que aparentemente não possuem sedes ou equipe de trabalho. Isso porque, o Governador Valadares CVB, Campos das Vertentes CVB, embora constassem no referido website, em 21 de junho de 2013 apresentavam como contato e-mails pessoais de seus dirigentes (CBCVB, 2013). CONSIDERAÇÕES FINAIS A análise dos vários aspectos relativos aos bureaux realizada neste ensaio permite que identifique-se um modelo de organização, que apesar de não ter uma conceituação única possui várias características comuns. As variações derivadas das adaptações às realidades locais são necessárias, por serem entidades complexas e que abrangem várias áreas de atividade. No entanto, ao adotarem uma nomenclatura similar ou até idêntica, ainda que traduzida para diferentes idiomas – Convention & Visitors Bureau, Buró de Convenciones ou Oficina de Congressos – os CVBx transmitem ao mercado uma mensagem de pertencimento a um mesmo grupo. Dessa forma, pode até ser confundido com uma franquia, um modelo de negócio que envolve licenças de direitos de uso de marca e distribuição de produtos ou serviços idênticos com ou sem exclusividade (BRASIL, 2013a). Poderá ser através da expectativa de que essas entidades sejam uma franquia que os compradores de destinos, os consumidores dos serviços e estruturas turísticas recorrerão ao CVB. Soma-se a isso, a ampla lista de atores que compõem o seu público-alvo, e que possuem necessidades e desejos específicos. Mas o universo dos CVBx é mais informal. A CBCVB registrou em 2007 a marca Convention & Visitors Bureau para uso no território nacional – obrigando a todos que desejem utilizá-la a submissão de um processo de autorização. Só que, à época, mais de 100 CVBx já haviam sido legalmente constituídos e não havia quaisquer licenças nem direitos de uso de marca envolvidos. Qualquer destino, podia a qualquer momento criar um CVB, desde que houvesse uma iniciativa privada organizada, principalmente uma hotelaria consistente que permitisse a arrecadação da room tax facultativa, principal forma de viabilização dos CVBX. A legislação para a abertura de CVB deve seguir o ordenamento jurídico brasileiro segundo a sua forma, ou seja, caso este seja uma Fundação há uma legislação específica, o mesmo ocorrendo para Instituto ou OSCIP. O que difere basicamente é o controle da entidade, uns pelo Conselho Fiscal da mesma e a OSCIP tem a participação do Ministério Público na prestação de contas. Quanto a utilização da marca nada há de legislação que a vincule a CBC&VB e deve obedecer às normas do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual – INPI. Mas não há regras ou normativas que definam quais os serviços a serem prestados, ou algum processo de aferição da qualidade dos mesmos. Por esse motivo, os serviços disponibilizados podem ser bem variados (Moreira, 2013 ). Só que, à época, desse registro, mais de 100 CVBx já haviam sido legalmente constituídos e não havia quaisquer licenças, nem direitos de uso de marca envolvidos (FBCVB, 2008). Além disso, como comentado pelo próprio ex-presidente, ele não envolve normativas, e padrões de serviços. Por esse motivo, os serviços disponibilizados podem ser bem variados. Ora, podendo então ser tão diversificados, e ostentando o mesmo nome, traz-se então, a reflexão sobre a necessidade de criarem-se diferenciações entre os bureaux brasileiros e as suas respectivas capacidades de atendimento da demanda. Seria oportuno pensar-se em classificá-los por quantidade e qualidade de serviços ofertados ou por categorizá-los por nível de desenvolvimento? Não seria fundamental estabelecer parâmetros mínimos, uma normatização para o enquadramento dessas entidades como efetivos bureaux? Ou ainda, definir condições básicas para sua fundação? Trata-se de uma reflexão necessária com vistas ao melhor entendimento do mercado sobre o perfil e o futuro dessas organizações, o que ainda deve ser melhor explorado, tanto pelo mercado como pelos estudos acadêmicos. Créditos: Vaniza de Lima Schuler , Pedro de Alcântara Bittencourt César REFERENCIAS -ALACVB. Associación Latinoamericana de Convention & Visitors Bureaux. (2013). Quien somos. Recuperado em 20 de fevereiro de 2013, de Http://www.LaCvbs.Com/Es/Latinoamerica/Nuestros-Destinos/. Barcelona Turisme. Convention Bureau. 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